Carta de Alfredo Guimarães para Alfredo Pimenta
Nível de descrição
Documento simples
Código de referência
PT/AMAP/FAM/AALP/01-02-02/001-2877/10-29-17-6-79
Tipo de título
Atribuído
Título
Carta de Alfredo Guimarães para Alfredo Pimenta
Datas de produção
1933-05-22
a
1933-05-22
Dimensão e suporte
2 f. (19 x 15 cm); papel
Âmbito e conteúdo
O casamento do filho de Alfredo Pimenta, Alfredo Manoel; a descoberta de 8 talheres de prata; o Museu de Alberto Sampaio.
Marcas
Museu Regional de Alberto Sampaio - Gabinete do Director - Conservador.
Assinaturas
Alfredo Guimarães
Condições de acesso
Comunicável
Condições de reprodução
A reprodução deverá ser solicitada por escrito através de requerimento dirigido ao responsável da instituição
Cota atual
10-29-17-6-79
Notas de publicação
Referência bibliográficaPIMENTA, Maria Tereza (2005) - Cartas Inéditas de Alfredo Guimarães a Alfredo Pimenta durante os anos 30 e 40 do século XX. "Gil Vicente: Revista de Cultura e Actualidade". Guimarães: Cidade Berço. IV série n.º5 (2004-2005), p.20
Transcrição
Maio. 22 de MaioMuitos parabéns pela alegria da última carta que me escreveu. Folgo com essa boa disposição, porque pensava que o Amigo se tinha estendido na cama por conta do Camões, com lenço torcido á laia de tocador de zabumba, e muita força de chá de hortelã. Outrosim o felicito pela novidade que dá do casamento do nosso querido dr. Alfredo Manoel. Casa com respeitabilíssima senhora de Abrantes, que por todas as razões é respeitabilíssima, menos a localidade, visto que em 1914 -quando andei com a mania de correr o país a pé - passei em Abrantes fome que nunca corti por este mundo. Em dois dias apenas lá pude comer ovos estrelados e presunto. Tenho de Abrantes a impressão do inferno... da fome. Tratei das pratas. O Fernandes tinha-me escrito, dizendo que nada havia. Porém, posteriormente, agora, o Fernandes descobriu 8 talheres muito razoáveis de que mando a nota. São sóbrios, fortes, bons enfim, e talvez que seja possível conseguir aí quem os restantes. Colheres não há. Devo dizer ainda tido se trata de estilo "luizes", mas arte inglesa e solida do princípio do século XIX. O Petisqueira mandou-me um cartão. Não tem talheres, nem crédito.Dirá Do assunto do ministério, fico crendo, como sempre, em Deus, na vontade do Sr. Ministro e em si. Para aguentar o Museu num meio triste como este, o sr. Ministro não deve, porém, acreditar demasiado na minha paciência.. Não, porque pode de um momento para o outro lembrar-me que não lenho obrigação de ser, por mais tempo, galego do Estado. É que volto a estar doente, e o Estado tem abusado da minha saúde, da minha vida. Devo escrever-lhe em breve sobre o assunto do monumento a Alberto Sampaio, e outros.Adeus. Cumprimentos às Senhoras. Abraços a seu filho. E o maior para si do velho amigo AlfºGuims.