Carta de Alfredo Guimarães para Alfredo Pimenta

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Carta de Alfredo Guimarães para Alfredo Pimenta

Detalhes do registo

Nível de descrição

Documento simples   Documento simples

Código de referência

PT/AMAP/FAM/AALP/01-02-02/001-2877/10-29-17-6-69

Tipo de título

Atribuído

Título

Carta de Alfredo Guimarães para Alfredo Pimenta

Datas de produção

1933-11-28  a  1933-11-28 

Dimensão e suporte

2 f. (20 x 15 cm); papel

Extensões

1 Capilha

Âmbito e conteúdo

O orçamento para as obras no Museu de Alberto Sampaio; a nota oficiosa da Câmara Municipal de Guimarães.

Tradição documental

Tipo técnica de registo

Assinaturas

Alfredo Guimarães

Condições de acesso

Comunicável

Condições de reprodução

A reprodução deverá ser solicitada por escrito através de requerimento dirigido ao responsável da instituição

Aspeto físico

Cota atual

10-29-17-6-69

Idioma e escrita

Escrita

Notas de publicação

Referência bibliográficaPIMENTA, Maria Tereza (2005) - Cartas Inéditas de Alfredo Guimarães a Alfredo Pimenta durante os anos 30 e 40 do século XX. "Gil Vicente: Revista de Cultura e Actualidade". Guimarães: Cidade Berço. IV série n.º5 (2004-2005), p. 31

Transcrição

Meu querido AmigoEstou muito atrapalhado com a minha falta de resposta à sua ultima carta, e confesso que me custa falar-lhe em doenças, sobretudo com receio de que o doutor me acredite. Eu, louvores a Deus, tenho passado regularmente, mas a minha querida Mãe, com os seus 72 feitos, não passado nada bem. Espero em Deus que apesar de um dos pulmões ter fraquejado um tanto. isto não tenha consequencias de maior. Deus o queira! Eu não posso ir a Lisbôa tam cedo. A razão é a seguinte. O pobre idiota (com carta de arquitecto) que me fez o plano da obra, errou todas as verbas dos cadernos de encargos. Expliquei-lhe, anteriormente, tudo quanto desejava fazer, aliás dentro das normas da melhor economia e do bom gosto que me é possível possuir. Pois o cidadão encartado tam bôa vontade tinha em me ser agradavel, que me arranjou um caderno de encargos com apenas dois terços da quantia que me é indispensável - quer dizer, marcou.me um total de 50:260$00, quando a obra não poderá ser feita por menos de 85.000$00! Ora veja a cara com que me hei-de apresentar deante do Senhor Doutor Oliveira Salazar! Tenho, pois, de procurar reduzir estes orçamentos ao minimo; de erguer ao alçados de uma maneira absolutamente compreensivel, sem me importar mesmo de pagar as plantas à minha custa; tenho de provar por medidas e tabelas o custo de cada empreita;... e tudo isto dá trabalho, cuidados e, até, desgostos. Não posso, portanto, estar dia 3 em Lisbôa, mas d'aqui lhe irá o grande abraço fraterno pelo 51 da conta. Peço-lhe que agradeça, com os meus cumprimentos, ás Senhoras a sua grande boa vontade, mas as obrigações a sério dão este resultado. Perdoem. Leu hontem na "Voz", na correspondencia de Guimarães, a "Nota oficiosa" da Camara? Lá está o homem, o Saraiva! Eu bem dizia a esta gente que a esta gente que aquele cavalheiro era um grande tartufo! ... Mas eles, coitados, não estavam dispostos a acreditar-me. Agora sim; agora só eu é que via bem o velhacão. Adeus. Grandes saudades. Muitas e afectuosas lembranças a todos os Seus. AlfGuimãs.