Mosteiro de Santa Maria de Belém
Nível de descrição
Fundo
Código de referência
PT/AMAP/ECL/MSMBLSB
Tipo de título
Atribuído
Título
Mosteiro de Santa Maria de Belém
Datas de produção
1767
a
1783-06-25
Dimensão e suporte
2 mç.
Entidade detentora
Arquivo Municipal Alfredo Pimenta
História administrativa/biográfica/familiar
O Mosteiro de Santa Maria de Belém era masculino, e pertencia à Ordem e Congregação de São Jerónimo. O mosteiro também é conhecido por Mosteiro dos Jerónimos e por Mosteiro de Belém. Em 1496, foi fundado a 23 de Junho, pela bula "Eximiae devotionis" de Alexandre VI, que, a pedido do rei D. Manuel, autorizava a transformação do eremitério de Santa Maria de Belém, pertencente à Ordem de Cristo, em mosteiro da Ordem de São Jerónimo. Dois anos depois, D. Manuel doou aos frades jerónimos o lugar de Santa Maria de Belém, para construção de um mosteiro que deveria ter capacidade para albergar 100 religiosos e onde deveria ser dada continuidade aos serviços públicos anteriormente prestados aos navegantes pela Ordem de Cristo. Tomada a posse do lugar, do ponto de vista material a 17 de Janeiro de 1499 e canónico a 21 de Abril de 1500, as obras tiveram início em 1502, sob a administração dos monges e de um vedor, passando em 1505 a serem geridas pela "Mesa dos Contos". As obras foram suportadas pela Coroa e confiadas e realizadas por Diogo Boitaca (primeiro arquitecto à frente das obras), João de Castilho, Diogo de Torralva e Jerónimo de Ruão. Em 1517, por determinação de Leão X, o Mosteiro passou a casa-mãe da ordem e o seu prior, a Provincial. A reunião dos ofícios de Provincial e de Prior de Santa Maria de Belém manteve-se até 1574, ano em que o cardeal infante D. Henrique alterou alguns estatutos e constituições antigas da Ordem. Em 1521, de acordo com vontade expressa de D. Manuel, o monarca veio a ser sepultado na igreja do Mosteiro que, além de mausoléu do rei, foi panteão da família real. Em 1551, a comunidade de Santa Maria de Belém era composta por cinquenta e cinco monges professos, dos quais trinta e cinco eram padres e quarenta servidores. O Mosteiro dispunha de uma renda anual de cinco mil cruzados, tinha quatro capelas quotidianas de membros da realeza, uma capela da invocação do Espírito Santo e Santo António e outra de São Leonardo. Tinha ainda duas confrarias regidas por leigos, uma do Espírito Santo e outra de Santo António e, dentro da cerca, quatro ermidas: uma da invocação de São Jerónimo, outra de Cristo, outra de Maria Madalena e outra de Nossa Senhora. Em 1833, por proposta da Junta do Exame do Estado Actual e Melhoramento Temporal das Ordens Regulares, encarregada da reforma geral eclesiástica, e por resolução de D. Pedro, duque de Bragança, datada de 10 de Dezembro, o Mosteiro foi suprimido para acolher a Casa Pia, instalada no edifício degradado do Mosteiro de Desterro.
Localidade
Lisboa (Distrito, Portugal)
Estatuto legal
Organismo privado
História custodial e arquivística
Estes documentos do Mosteiro de Santa Maria de Belém foram incorporados no Arquivo Municipal Alfredo Pimenta, aquando da sua criação, de acordo com o disposto no capítulo XXIV do decreto nº 19.952 de 27 de Junho, republicado em 30 de Julho do mesmo ano.
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Não se prevê a entrada de novas unidades de instalação.
Âmbito e conteúdo
Constituído por esctituras de emprazamento.
Sistema de organização
Organização em séries documentais correspondendo à tipologia formal dos actos
Condições de acesso
A comunicabilidade dos documentos está sujeita ao regime geral dos arquivos e do património arquivístico (Decreto-Lei nº 16/93, de 23 de Janeiro)
Condições de reprodução
A reprodução deverá ser solicitada por escrito, através de requerimento dirigido ao responsável da instituição. O seu deferimento encontra-se sujeito a restrições, atendendo ao estado de conservação e o fim a que se destina.
Instrumentos de pesquisa
ARQUIVO MUNICIPAL ALFREDO PIMENTA [Base de dados de descrição arquivística]. [Em linha].GUIMARÃES:AMAP, 2015. Disponível no Sítio Web e na Sala de Referência do Arquivo Municipal Alfredo Pimenta. Em atualização permanente. Catálogo publicado no BTH, série II Vol. VII de 2006.
Unidades de descrição relacionadas
Portugal, Arquivo Distrital do Porto. Portugal, Biblioteca da Ajuda.Portugal, Biblioteca Nacional de Lisboa. Portugal, Biblioteca Pública Municipal de Viseu. Portugal, Torre do Tombo, Manuscritos da Livraria, n.º 130, 219, 263, 602, 734, 744, 802, 806, 827, 859, 892, 1646, 1693, 1709, 1776, 1858, 1859 e 1860, 2112, 2139, 2557, 2560, 2567, 2568.Portugal, Torre do Tombo, Manuscritos da Livraria, n.º 1127 - "Ferculo de Monasteriis", de frei Diogo de Jesus. 1666. Portugal, Torre do Tombo, Ministério das Finanças, liv. 7642, f. 142v, 173v.
Notas de publicação
Referência bibliográficaSANTOS, Cândido dos - "Os Jerónimos em Portugal: das origens aos fins do século XVII". 2.ª ed. Porto: Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, 1996. ISBN 972-96608-1-6. "Ordens religiosas em Portugal: das origens a Trento: guia histórico". Dir. Bernardo de Vasconcelos e Sousa. Lisboa: Livros Horizonte, 2005. ISBN 972-24-1433-X. p. 159-160.