Politico (cargos e filiação)
Nível de descrição
Subsubsecção
Código de referência
PT/AMAP/FAM/AALP/01-02-05
Tipo de título
Atribuído
Título
Politico (cargos e filiação)
Datas de produção
1910
a
1950
Dimensão e suporte
15 doc.
Funções, ocupações e atividades
Filiação político-partidária e cargos de nomeação
Contexto geral
O pensamento político de Alfredo Pimenta foi-se alterando ao longo da sua vida. Começou por ser anarquista, revelando um desapreço pela religião, logo depois, aderiu ao movimento Republicado, tendo sido, em 1908, representante pelo círculo de Guimarães, no IX Congresso Republicano, em Coimbra. Evoluiu para o Republicanismo Conservador, foi redator do programa do Partido Evolucionista, braço direito de António José de Almeida, tendo exercido o cargo de chefe de gabinete do ministro do fomento do IV Governo Republicano (fl.1912-06-16/1913-01-09). Em 1913, nas eleições legislativas portuguesas realizadas a 16 de novembro, foi candidato a deputado pelo círculo de aldegalega (atual Montijo). Logo depois, em 1914, quando inicia a sua colaboração, na revista “Nação Portuguesa”, principal órgão do Integralismo Lusitano, começa a desencantar-se com o regime republicano, a sua colaboração, foi motivo de um esclarecimento por parte da redação da revista, justificando a publicação de um autor que, não obstante "o curioso paradoxo de ainda se declarar republicano" ("O problema religioso", Nação Portuguesa, n.º 4, p. 105), era já considerado como doutrinalmente próximo. Enceta, nesta altura, contactos com o Integralismo Lusitano, mas nunca adere totalmente ao movimento. Nesse mesmo ano, Alfredo Pimenta escreveu um duro artigo no jornal República ("O partido dos escândalos", 12-6-1914 - que irá abrir uma profunda crise nas relações entre António José de Almeida e Afonso Costa e motivará, inclusive, que este desafie o líder evolucionista para um duelo, marcando o início da sua última grande inflexão política. Contudo, após o fracasso político de Pimenta de Castro, na véspera da revolta de 14 de maio de 1915, adere totalmente à monarquia. Será, eleito deputado com António Sardinha, durante o Sidonismo, mas o fracasso da experiência presidencialista, por um lado, e a discordância face à linha legitimista apoiada pelo Integralismo Lusitano, estão entre as razões que motivam um afastamento progressivo, a partir de 1921 e o levam à criação da “Acção Realista Portuguesa”. Alfredo Pimenta considerava-se “tradicionalista e monárquico anti-parlamentarista”. Mais tarde apoiará a solução saída do 28 de maio de 1926, contudo, não desempenhará, cargos significativos no novo regime. Foi nomeado de forma efémera vogal da Comissão Central do Conselho Superior de Instrução Pública (entre 1933 e 1936), em 1949, diretor da Torre do Tombo e, entre 1931 e 1950, foi, o primeiro diretor do Arquivo Municipal de Guimarães (atualmente com o seu nome). Ao longo destes anos, manteve uma relação privilegiada com Salazar, mas essência do seu Salazarismo, tal como menciona Braga da Cruz, centravam-se nas “afinidades sobretudo pessoais, amiúde tendo sido brutal e frontal com Salazar que tinha por ele uma elevada consideração, o que não o impedia de o tratar com secura e o manter com respeito. Acusava permanentemente Salazar de estar rodeado de inimigos, dominado por forças ocultas, e, não obstante, pede-lhe favores desde empregos para si e para outros até misericórdia com os alemães e familiares amigos presos pela PIDE”.http://dichp.bnportugal.pt/imagens/pimenta.pdfhttps://oliveirasalazar.org/download/documentos/Salazar%20e%20Alfredo%20Pimenta___4CF2C80E-AE6F(...)
Âmbito e conteúdo
Constituída pela documentação produzida e acumulada por Alfredo Pimenta, ao longo da sua vida adulta, no exercício da sua atividade político-partidária e no exercício de cargos de nomeação política.