Carta de Alfredo Pimenta para Oliveira Salazar
Nível de descrição
Documento simples
Código de referência
PT/AMAP/FAM/AALP/01-02-02/002-017/10-29-6-7-31
Tipo de título
Atribuído
Título
Carta de Alfredo Pimenta para Oliveira Salazar
Datas de produção
1941-12-20
a
1941-12-20
Dimensão e suporte
3 f. (30 x 21 cm); papel
Âmbito e conteúdo
A ocupação de Timor por tropas aliadas.
Assinaturas
Alfredo Pimenta
Condições de acesso
Comunicável
Condições de reprodução
A reprodução deverá ser solicitada por escrito através de requerimento dirigido ao responsável da instituição.
Cota atual
10-29-6-7-31
Notas de publicação
Referência bibliográficaPublicada in: SALAZAR E ALFREDO PIMENTA: Correspondência, 1931-1950 / Prof. Manuel Braga da Cruz .[Lisboa]: Verbo, 2008, p. 162.
Transcrição
1941 20-12 n.º 405 Ex.mo Senhor Presidente do Conselho: - da impressão que me causou o discurso de V.ª Ex.ª, modelar a todas as luzes, já o telegrama que imediatamente enviei a V.ª Ex.ª deu conta. Nada tenho a acrescentar a tal respeito, tanto mais que me reservo comentá-lo devidamente no artigo "O Discurso e os factos" que vai hoje para a "Voz". Permito-me apenas chamar a atenção de V.ª Ex.ª para dois pontos que não ficaram suficientemente esclarecidos: a) a atitude do Governo de Timor. As instruções que ele recebera de V.ª Ex.ª: não podiam referir-se à hipótese duma invasão violenta por parte das forças britânicas — hipótese que, creio eu, nunca se pôs. As instruções que V.ª Ex.ª no seu discurso diz que ele cumpriu são, portanto, as que constam do mesmo discurso. E então eu pergunto: porque não resistiu? Porque não opôs à força brutal a sua força ainda que modesta? b) Outro ponto duvidoso: disse V.ª Ex.ª que lhe parecia que os invasores iam na convicção de que procediam de acordo com o Governo português; ser assim era, porque, esclarecidos, se não abstiveram da violência? Se iam nessa suposição, quem fora o seu autor? Perante a situação criada pela perfídia inglesa, é de esperar que V.ª Ex.ª tome na devida conta as palavras de João do Amaral. Deixou-se formar uma atmosfera de servilismo que ainda está a corromper as energias da maioria dos portugueses. Eu que o digo, é que o que sei. Não basta que o Chefe do Governo exponha os factos. É indispensável que o sentimento nacional seja conduzido a tomar a posição condigna. Deus proteja a vida de V.ª Ex.ª e o inspire nestas horas difíceis e cheias de traições. De V.ª Ex.ª m.to att.o ven. e grato A.P.
Relações com registos de autoridade